quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Diagnóstico demonstra a situação rural em Canaã dos Carajás


Um diagnóstico rural participativo elaborado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), a Prefeitura Municipal de Canaã dos Carajás, sudeste paraense, e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, ajuda a identificar as principais dificuldades e de que forma poderão ser realizadas atividades que ajudem a melhorar a produção agrícola no município.

O diagnóstico, construído durante três meses, foi realizado a partir de visitas nas propriedades rurais, principalmente por conta da redução de produção nas lavouras, Segundo dados da Emater, a implantação de grandes projetos de mineração causaram impactos, sociais, ambientais e produtivos no município.

A expectativa inicial é que de 40% a 50% das áreas de produção agrícola já não existam mais, uma vez que as terras foram negociadas com a mineradora pelos agricultores. A ação gerou problemas com a vegetação nativa e consequentemente desmatamento além de prejuízos ao solo o que diminuiu a produtividade nas lavouras.

Os levantamentos feitos junto aos agricultores dão conta de que a maior dificuldade enfrentada hoje no campo e a instabilidade das famílias por conta dos projetos de mineração. Algumas famílias de agricultores já têm pelo menos 50 anos nas propriedades.

Entre as propostas da Emater está a realização de um seminário com órgãos governamentais e demais parceiros como o STTR e associações, para apresentar propostas que ajudem a mudar a situação rural do município. “ Aqui já fomos o maior produtor paraense de feijão carioquinha, por exemplo, hoje temos que comprar o grão porque a produção não existe mais”, disse Raimundo Conceição, técnico da Emater.

Para o presidente do STTR de Canaã dos Carajás, a instituição tem grandes expectativas de desenvolver atividades que mudem a realidade dessas famílias, muitas quase sem condições de sobreviver depois que venderam as terras. “ A maioria dos agricultores que venderam as áreas ainda acumulam dívidas bancárias, precisamos de políticas públicas, incentivos”, disse Ribamar.

Texto: Iolanda Iolanda Lopes

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